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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Tempos difíceis...


 
Os tempos difíceis em que andamos trazem à luz do dia a fragilidade da economia portuguesa que se traduz na maior riqueza dos ricos e na maior pobreza dos pobres. Enquanto caiem as vendas dos carros utilitários aumentam as compras de veículos de luxo. Se, por um lado, uns deixam a casa que sonharam porque o banco exige o pagamento da prestação, por outro, as casas de luxo têm lista de espera.

Dizem os entendidos na matéria que os portugueses viviam acima das suas reais possibilidades. Mas, perguntamos, que portugueses? Aqueles que trabalham, de sol a sol, por um salário mínimo que deveria envergonhar políticos e empresários? É que quem sente a crise é a classe produtiva que, do dia para a noite, viu desaparecer o emprego e tudo o que tinha conseguido, num pequeno lapso de tempo.

Mas quem faz a pedagogia dos gastos não sofre na pele os problemas do povo. Temos hoje, uma classe política aburguesada que trocou o sentido do serviço público pelo mediatismo do poder. Uma classe política que fala do povo como algo distante e até perigoso para a democracia. Esse povo que ousa tornar público o seu descontentamento com a situação paupérrima a que sua vida foi votada.

Afinal, o povo percebe aquilo que, políticos e grandes empresários, querem esconder: o povo paga a crise, nós…não!

Se um banco deve 700 milhões de euros porque mal gerido, o Estado nacionaliza. Se os bancos têm falta de liquidez, o Estado, cria uma linha de crédito. Se o povo não tem 700 euros para pagar a sua casa, o banco tira porque o cliente vive acima das suas possibilidades.

É assim a vida por cá: é bom ser gestor do dinheiro dos outros e até se ganha mais se se for incompetente. Neste particular, uma boa dose de bajulice e seguidismo dão pontos extra para nomeações para cargos melhores e com remunerações maiores. Só assim, é possível ver políticos a votar leis que tutelam o seu sector de atividade (ao qual julgam já não pertencer) que prejudicam os colegas profissionais.
 
Para concretizar Abril, é necessário que todo o país sinta não só as crises mas também os momentos de crescimento. Estamos em crise? Então ela é para todos! Os políticos que desçam do seu pedestal e a vivam com o povo. Sim esse povo que trabalha desalmadamente para ganhar 400 euros e que deita os seus filhos todas as noites a pensar como vai pagar os seus empréstimos e não o político que está a pensar onde vai passar as suas férias.
 

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