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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Anos 80: a geração do teledisco


A década começou com o Afeganistão e a perspetiva de um Vietname à russa – ou de outro Camboja. E acabou com a queda do muro de Berlim. Fechou-se o ciclo. A partir daqui, o mundo não vai ser o mesmo.

Um ator chegou a presidente dos EUA e a conservadora Margaret Thatcher continuou a morar no nº 10 de Downing Street. A América Latina continuou a ferro e fogo, sonhando com a paz. O Brasil votou, sambou e exportou telenovelas e jogadores de futebol.

No extremo oriente continua a confusão. Na África do Sul, os negros sonham com a liberdade de Nelson Mandela e o fim do “Apartheid”…

O mundo encheu-se de “irreais sociais” – de Cicciolina bamboleando as suas formas na política italiana à impotência generalizada perante a crescente ameaça da SIDA.

Foi a década do teledisco que Michael Jackson soube tão bem usar. Nunca antes a imagem tivera tanta importância – não admira que em 1989 apareça um grupo pop a sintetizar tudo isto numa canção: “The look” dos Roxette.

E depois houve os amigos de Alex, os saudosistas dos anos 60 unidos por um filme de memórias. Onde está a revolta, o protesto, a vida num só dia como cantavam os Rádio Macau? Ficou apenas a saudade dos Trovante.

Em contrapartida, chegaram os “yuppies”, bem vestidos, ricos e deslumbrantes. E o dinheiro que fizeram em pequenas, médias e grandes aventuras.

Os 500 anos dos Descobrimentos foram e vieram e dos “sete mares” dos Sétima Legião ficou apenas a lembrança… para quem se lembra. O teatro Monumental foi abaixo e as Amoreiras acima. Houve o boom do rock português (Chico Fininho) e o crack da Bolsa.

O primeiro-ministro português, Sá Carneiro, morre em acidente de aviação, João Paulo II visita Portugal e Portugal entra para a CEE. Inglaterra e Argentina lutam pela posse das ilhas Malvinas e o “Muro de Berlim “ cai levando com ele o comunismo e a Alemanha dividida.

Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registadas. As séries de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Ao mesmo tempo, os artistas realizam mega concertos para salvar África da fome e devolver ao mundo a esperança perdida pelo pragmatismo liberal dos anos setenta.

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