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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Década de 90: os "tempos prósperos"

O otimismo e a esperança seguiram-se ao colapso do Comunismo, mas os efeitos colaterais do fim da Guerra Fria estavam só a começar, como o advento terrorista em regiões do Terceiro Mundo, especialmente na Ásia. O Primeiro Mundo experimentou o crescimento económico estável durante toda a década.

Muitos países, instituições, companhias e organizações consideraram os anos 90 como "tempos prósperos". Muitos países ocidentais tiveram estabilidade política e diminuíram as suas forças armadas devido ao fim da Guerra Fria, levando ao crescimento económico e melhores condições de vida principalmente para as classes altas. Este crescimento deveu-se também aos baixos preços do petróleo provocado pelo seu  excesso no mercado.

A adoção geral do computador pessoal e da internet aumentou a produtividade económica (mas muitas críticas foram feitas quanto à má distribuição dos rendimentos, que fez aumentar o abismo social).

Politicamente, os anos 90 foram de democracia expansiva. Os antigos países do Pacto de Varsóvia saíram de regimes totalitários para governos eleitos. O mesmo ocorreu com países em desenvolvimento (Taiwan, Chile, África do Sul, e Indonésia).
Apesar da prosperidade e democracia, houve um "lado negro" significativo. Em África, o aumento de casos de SIDA e inúmeras guerras levaram à diminuição da esperança média de vida e nada de crescimento económico. Nas ex-nações soviéticas, a corrupção, a fuga de capitais tiveram como consequência a estagnação do PIB. As crises financeiras nos países em desenvolvimento foram comuns depois de 1994, apoiados pela globalização. E eventos trágicos como as guerras nos Balcãs, genocídio de Ruanda, a Batalha de Mogadíscio e a primeira Guerra do Golfo, assim como o crescimento do terrorismo, levou à idealização do choque de civilizações. Mas estes factos só serão refletidos e relembrados com relevância na década de 2000.

Portugal assiste ao sofrimento do povo timorense e, em particular, ao massacre de Santa Cruz. D. Ximenes Belo e Ramos Horta ganham o prémio Nobel da Paz pelo seu papel na luta pacífica pela autodeterminação dos Timor-Leste. António Guterres e Ali Alatas negoceiam a saída indonésia e a realização de um referendo naquele território  que terá como consequência a independência de Timor Lorosae.

O mundo assiste à primeira guerra do golfo pela televisão e a Alemanha reunifica-se. Em 1992 a CEE passa a chamar-se União Europeia e Portugal devolve Macau à China enquanto os ingleses fazem o mesmo com Hong Kong.

Bill Clinton chega à Casa Branca e a América tem o maior crescimento económico desde o final da segunda guerra mundial, no entanto, a sua prestação é ensombrada pelo massacre dos soldados americanos em Mogadíscio e pelo seu julgamento devido ao escândalo sexual com a estagiária Monika Lewinski.

A década de noventa não termina sem que o Apartheid termine na África do Sul e que o eterno prisioneiro e símbolo da luta dos negros assuma democraticamente a presidência deste país africano.

A cultura juvenil foi caracterizada pelo ambientalismo, a antiglobalização capitalista, o empreendedorismo e a vulgaridade artística. As modas eram individualistas e as mais notáveis eram tatuagens e piercings.

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