O otimismo e a esperança seguiram-se ao
colapso do Comunismo,
mas os efeitos colaterais do fim da Guerra Fria estavam só a começar, como o
advento terrorista
em regiões do Terceiro Mundo, especialmente na Ásia.
O Primeiro
Mundo experimentou o crescimento económico estável durante toda a
década.
Muitos países, instituições,
companhias e organizações consideraram os anos 90 como "tempos
prósperos". Muitos países ocidentais tiveram estabilidade política e
diminuíram as suas forças armadas devido ao fim da Guerra Fria, levando ao
crescimento económico e melhores condições de vida principalmente para as classes
altas. Este crescimento deveu-se também aos baixos preços do petróleo
provocado pelo seu excesso no mercado.
A adoção geral do computador
pessoal e da internet aumentou a produtividade económica (mas muitas críticas
foram feitas quanto à má distribuição dos rendimentos, que fez aumentar o
abismo social).
Politicamente, os anos 90 foram de
democracia expansiva. Os antigos países do Pacto de Varsóvia saíram de regimes
totalitários para governos eleitos. O mesmo ocorreu com países em
desenvolvimento (Taiwan,
Chile,
África do Sul,
e Indonésia).
Apesar da prosperidade e democracia,
houve um "lado negro" significativo. Em África,
o aumento de casos de SIDA e inúmeras guerras levaram à diminuição da esperança média de vida e nada de crescimento económico.
Nas ex-nações soviéticas, a corrupção, a fuga de capitais tiveram como
consequência a estagnação do PIB. As crises financeiras nos países em desenvolvimento foram
comuns depois de 1994,
apoiados pela globalização. E eventos trágicos como as guerras nos
Balcãs, genocídio de Ruanda, a Batalha de Mogadíscio e a
primeira Guerra do Golfo, assim como o crescimento do
terrorismo, levou à idealização do choque de civilizações. Mas estes factos
só serão refletidos e relembrados com relevância na década de
2000.
Portugal assiste ao sofrimento do
povo timorense e, em particular, ao massacre de Santa Cruz. D. Ximenes Belo e
Ramos Horta ganham o prémio Nobel da Paz pelo seu papel na luta pacífica pela
autodeterminação dos Timor-Leste. António Guterres e Ali Alatas negoceiam a
saída indonésia e a realização de um referendo naquele território que terá como consequência a independência de
Timor Lorosae.
O mundo assiste à primeira guerra do
golfo pela televisão e a Alemanha reunifica-se. Em 1992 a CEE passa a chamar-se
União Europeia e Portugal devolve Macau à China enquanto os ingleses fazem o
mesmo com Hong Kong.
Bill Clinton chega à Casa Branca e a
América tem o maior crescimento económico desde o final da segunda guerra
mundial, no entanto, a sua prestação é ensombrada pelo massacre dos soldados
americanos em Mogadíscio e pelo seu julgamento devido ao escândalo sexual com a
estagiária Monika Lewinski.
A década de noventa não termina sem
que o Apartheid termine na África do Sul e que o eterno prisioneiro e símbolo
da luta dos negros assuma democraticamente a presidência deste país africano.
A cultura juvenil
foi caracterizada pelo ambientalismo, a antiglobalização capitalista, o empreendedorismo
e a vulgaridade artística. As modas eram individualistas
e as mais notáveis eram tatuagens e piercings.
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