A Rapariga das Laranjas é nada mais, nada menos do que uma carta que um pai escreve ao filho que não poderá ver crescer. É ainda o relato na primeira pessoa de uma história de amor que, à primeira vista, parece impossível mas que afinal não o é. É ainda um apelo à vida e ao proveito de todos os momentos ao máximo.
A história começa quando os avós de Georg lhe entregam uma carta escrita pelo seu pai 11 anos antes, quando estava prestes a morrer. O seu pai morreu quando ele tinha apenas 4 anos e, por isso, poucas memórias tem dele. De facto, ao princípio este não percebe o intuito daquela carta, que tanto sofrimento lhe traz. Mas à medida que a lê, apercebe-se que aquela é mais uma lição de vida que seu pai está a tentar ensinar-lhe, provavelmente a única.
Pormenor a pormenor, o seu pai vai descrevendo uma história de amor difícil e misteriosa. Mais misterioso é o inicio e o decorrer da historia, acabando por ser trágica.
Tudo começa quando, num eléctrico, Jan Olav repara numa jovem rapariga que transportava um enorme saco de laranjas, vestida com um anoraque amarelo. Mas após uma troca de olhares, ele comete o erro de a tentar “socorrer”, acabando porém por fazer tombar o saco das laranjas. A partir daí nasce um fascínio inexplicável, mas mútuo, entre a rapariga e o rapaz. A partir daí ele faz de tudo para a encontrar, tentado desesperadamente que isso acontecesse.
Foi assim que lhe foi contando grande parte das suas tentativas, mesmo as mais humilhantes e frustradas, as suas esperanças, os seus desejos, desconfianças (algumas bem absurdas), medos, ansiedades, sentimentos, tudo para encontrar aquela enigmática rapariga das laranjas… Depois disto voltaram a encontrar-se num café onde trocaram apenas olhares. Conseguiu encontrá-la num mercado, a escolher laranjas… e uma vez mais isto fez nascer novas suspeitas nele. Viu-a ainda na missa de Natal. No final, conversaram, com a chuva caindo sobre eles, numa conversa enigmática, rigorosa, com regras que mesmo sem serem expressados, ambos sabiam que existiam.
Durante essa conversa, ela propõe-lhe um acordo: o único possível acordo entre eles. Se ele estivesse disposto a esperar por ela durante 6 meses, então poderia estar com ela todos os dias dos 6 meses seguintes.
Assim, ele ia-se alimentando da esperança de mais tarde poder estar com ela. Porém, quebra o acordo e, no seguimento de uma suspeita que, embora fundamentada não deixava de ser arriscada, viaja até Espanha.
Aí encontra a rapariga das laranjas e, ao longo de uma conversa, desvendam todos os mistérios acabando por se envolver mais seriamente. Pouco tempo depois casam e acaba por nascer Georg. Tudo isto é descrito na carta mais pormenorizadamente.
Em comum, Georg descobre o interesse pelo espaço, pela ciência, que tanto fascinava o seu pai também.
Ao longo da carta ele vai mencionando alguns factos da sua vida com a mãe de Georg e posteriormente com ele também.
A carta é longa e Georg faz algumas pausas nas quais sai do quarto e se depara com a ansiedade e as perguntas dos familiares curiosos. Porém, este apenas lhes comunica que sim, poderão ler a carta, mas apenas passada uma semana… para ele ter tempo de reflectir sobre a mensagem que o pai lhe tentou transmitir e, também, responder à pergunta que ele lhe colocou: “Uma passagem breve pela Terra cheia de felicidade, mesmo sabendo que um dia iria morrer ou recusaria a oferta logo à partida?”
Autor: Jostein Gaarder
Titulo: A Rapariga das Laranjas
Editorial Presença
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.