Caminha: Autarca ameaça "mobilizar" população contra fecho da Segurança Social
O presidente da Câmara de Caminha disse hoje que "mobilizará a população" de Vila Praia de Âncora para "lutar" contra o fecho da Segurança Social se não forem aceites as propostas do município para manter o serviço local.
"Se a resposta à solução apresentada ao centro distrital da Segurança Social de Viana do Castelo para manter o serviço de atendimento de Vila Praia de Âncora for não, mobilizarei a população para lutarmos até ao último segundo. Existe esse risco mas também confio que vamos encontrar soluções para que não cheguemos a esse ponto", afirmou à agência Lusa o socialista Miguel Alves.
O autarca adiantou ter recebido informações que indicam que a decisão de encerramento "é irrevogável" uma vez que, "já foi comunicado ao proprietário do espaço onde está instalado o serviço, a rescisão do contrato de aluguer".
A Lusa tentou a ouvir o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Viana do Castelo, o que não foi possível até ao início da tarde.
Miguel Alves disse já ter encetado "diálogo" com aquele responsável a quem entregou uma proposta "que passa por acabar com o argumento do despesismo ou racionalidade económica em que a Câmara assume os custos de grande parte do funcionamento deste serviço".
"Se eu apresentar como já apresentei soluções, junto do diretor distrital, que apontam para que não haja a despesa do arrendamento das instalações não vejo outra razão para encerrar este serviço de proximidade que não seja, eventualmente, uma decisão de maior hostilidade relativamente a Vila Praia de Âncora ou Caminha.
De acordo com Miguel Alves, o diretor distrital Paulo Órfão demonstrou "abertura de espírito e vontade de resolução do problema" apesar de reconhecer que "está condicionado pelas ordens que vêm de Lisboa".
"Quero contar com o senhor diretor nesta batalha. Espero e acredito que ele esteja ao lado do município de Caminha", frisou.
Segundo o autarca, o serviço de atendimento de Vila Praia de Âncora "tem cinco funcionários e regista 70 atendimentos por dia de todas freguesias do vale do Âncora e ainda de pelo menos três do concelho vizinho de Viana do Castelo".
Lembrou que aquela vila é a mais populosa do concelho de Caminha, com mais de cinco mil habitantes e afirmou que o fecho daquele serviço "seria sempre uma má decisão ainda pior no momento atual".
"Neste momento é um serviço que presta toda a atenção às famílias que vivem momentos muito vulneráveis por estarem especialmente desprotegidas face à crise", sustentou.
Explicou que apesar da "redução de cerca 10% no número de desempregados, relativamente a 2013, o concelho tem ainda 812 desempregos inscritos no centro de emprego".
Apesar de "indignado" Miguel Alves não se mostrou "nada surpreendido" com as notícias que apontam para este encerramento "porque o Governo tem encetado uma política que discrimina os territórios de baixa densidade, como Caminha e tem vindo a proceder ao encerramento de serviços por todo o lado.
"Se querem encerrar metade do país que digam a esse país que é assim que nos querem tratar. Nós não somos cidadãos de segunda, somos cidadãos de primeira porque só há cidadania de primeira".
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