O atentado que matou 12 pessoas e deixou 11 feridos na redação do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", muito famoso por fazer críticas ácidas ao islamismo e a outras religiões, despoletou um onda de indignação mundial que adotou como lema "Je suis Charlie".
Acontece que após anos a publicar material deste teor, e de muitas ameaças por parte dos islamistas radicais, três homens invadiram a sede do jornal em Paris assassinando 12 pessoas e deixando 11 feridas, entre os mortos estão o diretor do jornal e alguns cartoonistas que morreram num dos ataques terroristas mais violentos da história da imprensa mundial.
Tudo isso aconteceu por causa destes cartoons?
Sim, o jornal é famoso mundialmente por publicar este tipo de sátira há mais de 10 anos, o que o colocou na mira dos radicais islâmicos, não existia nenhum outro motivo para a sede ser invadida e as pessoas assassinadas.
Famoso e polémico pela sátira, alimentada pela publicação de caricaturas de Maomé, nada, nem mesmo ataques às suas instalações e inúmeras ameaças de morte, deteve a direção de manter a sua linha editorial.
“Se nos começarmos a questionar se temos ou não o direito a desenhar Maomé, ou se é perigoso fazê-lo, a questão seguinte vai ser se podemos representar os muçulmanos num jornal”, disse Charb, ouvido pela emissora RTL em Setembro de 2012, ao fim de uma semana de protestos contra o filme anti-islão "Innocence of Muslims" e após a publicação, pelo Charlie Hebdo, de uma caricatura de Maomé, numa cadeira de rodas, empurrado por um judeu ortodoxo.
Esta quarta-feira, o mundo assistiu a um dos ataques mais violentos contra um órgão de comunicação social e reagiu nas redes sociais. Na França, o jornal "Libération" abriu o seu site com a frase “Somos todos Charlie”(Em francês Je Suis Charlie) , que repete na capa do seu perfil no Facebook. O "Le Monde", um dos maiores jornais da França segue o mesmo caminho. No "Figaro", tudo parou durante um minuto para uma homenagem em silêncio às vítimas.
Nos países vizinhos de França, como a Espanha, jornais como o "El País" manifestam a sua solidariedade através de cartoons criados pelos seus colaboradores. Em Portugal, o "PÚBLICO", a "SIC Notícias", o "Expresso" estão de luto pela morte de colegas de profissão franceses e manifestam-no através do seu logo, sites e redes sociais. “A partir de 7 de Janeiro, falar em "Charlie Hebdo" é, para além disso, falar também em vingança, assassínio cobarde, crime premeditado não só contra pessoas, mas também contra o espírito de liberdade que elas personificavam e, apesar de muitas terem sido assassinadas, ainda personificam”, escreve a direção editorial do PÚBLICO.
E foi assim que tudo começou, nas redes sociais, pessoas e empresas trocaram os seus perfis lutando por um mundo mais democrático, onde ninguém morra por ter uma opinião ou por um desenho, a frase “Je Suis Charlie” será usada como um marco, e jamais será esquecida.
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