No Sempre em Galiza assinalava Castelao que “o nosso idioma é extenso e útil porque com pequenas variantes fala-se em Brasil, Portugal e nas hoje ex-colónias portuguesas da Ásia e da África”. Pola sua parte, Risco comentava em 1930 que “poucos galegos se têm percatado do que Portugal é para nós. Portugal é a Galiza ceive e criadora, que levou polo mundo adiante a nossa fala e o nosso espírito, e inçou de nomes galegos o mapa do mundo”.
Rafael Dieste, que em 1933 dirigiu magistralmente a missom pedagógica por Galiza, no seu livro Ante a terra e o céu, diz : “Existe entre o galego e mais o português tam estreita afinidade que quanto mais português é o português e mais galego é o galego, mais venhem a se assemelharem”. Em Pensamento e Sementeira, Vilar Ponte escreve : ”Ou é que ainda hai quem, possuindo algumha cultura, pense que o nosso idioma vernáculo e o idioma de Portugal nom som todo um e o mesmo, com idêntica sintaxe e idêntico léxico, agás pequenas diferenças, fáceis de subsanar, se nom se querem unificar a custo dum pequeno esforço, e agás galicismos e americanismos que abundam na fala dos irmaos de além Minho?”.
Em similares termos falárom outros dos nossos vultos como Otero, Murguia, Biqueira, Bouça-Brei, Blanco Torres, Carvalho Calero, Guerra da Cal e Marinhas del Valhe, ademais de esse grande galego de Anadia que foi Rodrigues Lapa.
Diante deste prístino pensamento lingüístico, desenvolvido nas décadas dos anos vinte e trinta do passado século, um nom se explica porquê os galegos virárom as costas e fechárom os olhos a umha realidade tam evidente. Fazendo seguidismo dum muito errado cidadao asturiano chamado Constantino Garcia, que, para se perpetuar, deixou de herdeiro um Manolo González dirigindo o Centro “Ramón Piñeiro”, do que nos contam tem um orçamento elevadíssimo e umhas contas em excesso opacas.
Polo que nom é admissível que seja neste lugar onde de verdade se decida a errada política lingüística levada a cabo nos últimos tempos. Afastando-nos do mundo lusófono ao que pertencemos e indo contra o mais elementar sentido lingüístico da romanística. Grande responsabilidade é a dos dirigentes deste centro e também a do actual presidente da Academia corunhesa, tomando decisões em nome dos galegos, muito negativas para a internacionalidade e o futuro da nossa língua.
Disfarçadas de falsa normalizaçom, nos últimos 25 anos na Galiza, levamos sofrendo autênticas políticas de substituiçom lingüística. As autoridades e as administrações públicas, em vez de garantir os direitos lingüísticos e democráticos do povo galego, discriminam e perseguem aos que discrepamos e nom aceitamos o programa de substituiçom lingüística e a dialectalizaçom castelhana do nosso idioma, que tenta fazê-lo desnecessário no seu próprio país.
Temos também que exigir o reconhecimento da condiçom internacional da nossa língua, que com a variedade própria das línguas internacionais é falada por centos de milhões de pessoas no mundo, quer como língua nativa, tal como nós, quer como língua oficial de 8 Estados soberanos nos cinco continentes, ou como língua cada vez mais estudada em todo o mundo polas vantagens das línguas internacionais.
Todos os galegos e galegas temos que exigir umha mudança imediata das políticas que tentam fazer a nossa língua desnecessária e dialectal, para outras que garantam os nossos direitos lingüísticos individuais e colectivos, fazendo que o idioma da Nossa Terra seja extenso e útil. Aos nacionalistas temos que solicitar-lhes umha política mais inteligente no apoio à língua, fomentando o uso mais por convencimento que por imposiçom e adiando, se pode ser de forma definitiva, o seu clássico sectarismo.
Muitas vezes as sobreprotecções som mais negativas que positivas. Umha mae “canguru” com o seu filho nom é consciente de que nom está a favorecer o seu desenvolvimento com tal atitude. Aos mesmos recomendamos-lhes voltem a ler o que diziam os nossos vultos mais importantes e os programas daquelas Irmandades da Fala, com ideias muito mais claras que as dos políticos de hoje.
Finalmente solicitamos à actual Junta da Galiza, e ao seu presidente, que, quanto antes, se efective aquele acordo unánime de que de umha vez por todas se podam ver na Galiza as televisões portuguesas e se escutem as rádios. Que se solicite já a entrada da Galiza como membro de pleno direito no conselho da lusofonia (CPLP) com representaçom oficial. Que, quando se aprove no parlamento português o acordo ortográfico, Galiza se adira ao mesmo. E que nom se perda mais tempo, dinheiro e esforços em manter umha língua afastada do mundo ao que pertence. Galiza tem que deixar de ser de umha vez “o País dos tempos perdidos”.
Rafael Dieste, que em 1933 dirigiu magistralmente a missom pedagógica por Galiza, no seu livro Ante a terra e o céu, diz : “Existe entre o galego e mais o português tam estreita afinidade que quanto mais português é o português e mais galego é o galego, mais venhem a se assemelharem”. Em Pensamento e Sementeira, Vilar Ponte escreve : ”Ou é que ainda hai quem, possuindo algumha cultura, pense que o nosso idioma vernáculo e o idioma de Portugal nom som todo um e o mesmo, com idêntica sintaxe e idêntico léxico, agás pequenas diferenças, fáceis de subsanar, se nom se querem unificar a custo dum pequeno esforço, e agás galicismos e americanismos que abundam na fala dos irmaos de além Minho?”.
Em similares termos falárom outros dos nossos vultos como Otero, Murguia, Biqueira, Bouça-Brei, Blanco Torres, Carvalho Calero, Guerra da Cal e Marinhas del Valhe, ademais de esse grande galego de Anadia que foi Rodrigues Lapa.
Diante deste prístino pensamento lingüístico, desenvolvido nas décadas dos anos vinte e trinta do passado século, um nom se explica porquê os galegos virárom as costas e fechárom os olhos a umha realidade tam evidente. Fazendo seguidismo dum muito errado cidadao asturiano chamado Constantino Garcia, que, para se perpetuar, deixou de herdeiro um Manolo González dirigindo o Centro “Ramón Piñeiro”, do que nos contam tem um orçamento elevadíssimo e umhas contas em excesso opacas.
Polo que nom é admissível que seja neste lugar onde de verdade se decida a errada política lingüística levada a cabo nos últimos tempos. Afastando-nos do mundo lusófono ao que pertencemos e indo contra o mais elementar sentido lingüístico da romanística. Grande responsabilidade é a dos dirigentes deste centro e também a do actual presidente da Academia corunhesa, tomando decisões em nome dos galegos, muito negativas para a internacionalidade e o futuro da nossa língua.
Disfarçadas de falsa normalizaçom, nos últimos 25 anos na Galiza, levamos sofrendo autênticas políticas de substituiçom lingüística. As autoridades e as administrações públicas, em vez de garantir os direitos lingüísticos e democráticos do povo galego, discriminam e perseguem aos que discrepamos e nom aceitamos o programa de substituiçom lingüística e a dialectalizaçom castelhana do nosso idioma, que tenta fazê-lo desnecessário no seu próprio país.
Temos também que exigir o reconhecimento da condiçom internacional da nossa língua, que com a variedade própria das línguas internacionais é falada por centos de milhões de pessoas no mundo, quer como língua nativa, tal como nós, quer como língua oficial de 8 Estados soberanos nos cinco continentes, ou como língua cada vez mais estudada em todo o mundo polas vantagens das línguas internacionais.
Todos os galegos e galegas temos que exigir umha mudança imediata das políticas que tentam fazer a nossa língua desnecessária e dialectal, para outras que garantam os nossos direitos lingüísticos individuais e colectivos, fazendo que o idioma da Nossa Terra seja extenso e útil. Aos nacionalistas temos que solicitar-lhes umha política mais inteligente no apoio à língua, fomentando o uso mais por convencimento que por imposiçom e adiando, se pode ser de forma definitiva, o seu clássico sectarismo.
Muitas vezes as sobreprotecções som mais negativas que positivas. Umha mae “canguru” com o seu filho nom é consciente de que nom está a favorecer o seu desenvolvimento com tal atitude. Aos mesmos recomendamos-lhes voltem a ler o que diziam os nossos vultos mais importantes e os programas daquelas Irmandades da Fala, com ideias muito mais claras que as dos políticos de hoje.
Finalmente solicitamos à actual Junta da Galiza, e ao seu presidente, que, quanto antes, se efective aquele acordo unánime de que de umha vez por todas se podam ver na Galiza as televisões portuguesas e se escutem as rádios. Que se solicite já a entrada da Galiza como membro de pleno direito no conselho da lusofonia (CPLP) com representaçom oficial. Que, quando se aprove no parlamento português o acordo ortográfico, Galiza se adira ao mesmo. E que nom se perda mais tempo, dinheiro e esforços em manter umha língua afastada do mundo ao que pertence. Galiza tem que deixar de ser de umha vez “o País dos tempos perdidos”.
(*) Professor da Faculdade de Educação de Ourense (Universidade de Vigo).
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