O mês de Agosto terminou pondo fim a um verão tímido e pouco quente. A falta de turistas prende-se com muitos motivos que ultrapassam a meteorologia. A crise económica, de emprego, a falta de equipamentos e a ausência de uma estratégia neste sector acaba por passar uma factura dura para os empresários do concelho que irão enfrentar mais dez meses de paciente espera por novo estio. Mas esta análise não será feita neste artigo pois, consideramos urgente, debruçar-nos sobre um tema incontornável da actualidade, a Gripe A.
Se, como afirmámos, o mês de Agosto se caracterizou pela amenidade, os dois próximos meses serão intensamente cálidos. Com duas eleições à porta, os partidos políticos irão invadir-nos com muita festa, papelada, brindes, promessas, jantares, abraços, beijos, mal dizeres sobre os seus adversários… tudo aquilo a que nos fomos habituando nos últimos tempos. Os salários e o poder atraem todo tipo de pessoas à causa pública!
É bom que, nas suas campanhas, os partidos não se esqueçam da nossa saúde e não nos forcem a acções e gestos que, em último caso, nos conduzam à morte.
Todos sabemos que a campanha eleitoral autárquica é uma eleição desigual pois, quem exerce o poder, tem mais armas eleitorais para brandir que os seus adversários da oposição. A oposição não pode agendar e participar activamente nas cerimónias da responsabilidade do município. Daí que, nos meandros políticos locais, se tenha criado o adágio de que “as câmaras municipais não se ganham… perdem-se”.
Ora, a prática autárquica caminhense tem apostado em deixar para final de mandato meia dúzia de iniciativas e muitas promessas que depois não se irão concretizar (a ponte sobre o rio Minho, a elevação de Vila Praia de Âncora a cidade, a construção do Centro Paroquial de V. P. Âncora de que se mostrou maqueta há quatro anos atrás, a Academia de Música que há oito anos espera pelo edifício da antiga escola do Vilarinho…). A terminar coloca-se sempre um pouco de comida, canto, beijo e festa para fidelizar o voto dos diferentes segmentos eleitorais.
Um dos instrumentos a utilizar é o “passeio dos pensionistas” que, paulatinamente e no seu devido momento, se transformou num colosso organizacional em participação e custos financeiros atingindo milhares de euros. Também aqui não iremos discutir o assunto porque prejudicaríamos a mensagem que queremos passar. Aliás, o convívio é muito saudável desde que não seja só um dia no ano e se os políticos prezem por não estar presentes - a fim de discursar e politizar a festa - convertendo-a num comício. Mas isto exigiria uma maturidade democrática que, nós por cá, não temos.
A Gripe A está cá! Ainda não vimos nenhuma medida da Câmara Municipal que contribua para a informação com vista à prevenção deste vírus. Era bom que, como Molière escreveu, o nosso município e a sua responsável recordasse que “não só somos responsáveis pelo que fazemos, mas também pelo que não fazemos”. É essa coragem moral que marca a verticalidade dos indivíduos conscientes de que servir o outro implica ter de tomar, às vezes, medidas contra a sua vontade.
Que planos de contingência existem no nosso concelho? A câmara municipal de Caminha reuniu com que instituições? Escolas? Lares? Centros de Dia? Centro de Saúde? Bombeiros? E os funcionários municipais? Tiveram formação para se prevenirem? Foram colocados ao seu dispor instrumentos que facilitem o seu trabalho e os protejam do vírus? Os jardins de infância tutelados pela autarquia têm plano de contingência? E a Ludoteca?
Temos consciência que a preocupação com a agenda eleitoral, uma corrida contra o tempo em que se tem que prometer tudo e festejar tudo, se traduz num esquecimento de questões tão básicas como esta.
Sabemos que, dentro dos grupos de risco, estão os idosos e a realização de um passeio dos pensionistas na Quinta da Malafaia constitui um contributo para uma possível contaminação dos participantes. Meter toda a gente em autocarros, privilegiar o toque, o beijo, o abraço típicos da festa poderá colocar em perigo a vida de alguém.
A frase não é nossa mas aplica-se a este momento de teste à audácia política de Júlia Paula: “a coragem consiste em escolher o mal menor, por mais que ele possa ser”. (Stendhal) O que será “um mal menor” para a nossa presidente de câmara: 1) arriscar perder um evento útil de campanha como o “passeio dos pensionistas” e adiá-lo para um momento menos perigoso para a saúde dos munícipes mais velhos; 2) ou, por outro lado, colocar os seus interesses políticos à frente da saúde dos idosos? Não somos nós que teremos de tomar essa decisão e, como prometemos no início do artigo, propomos somente a reflexão sobre este tema tão actual e mais importante que tudo o resto pois, sem saúde, não atingimos a felicidade.
Pensamos que não seria descabida a ideia de a autarquia ter a coragem de não realizar o “passeio dos pensionistas” este ano e com os milhares de euros gastos em comida e autocarros ajudar os idosos que realmente estão fragilizados pela crise, financiando os seus medicamentos, criando uma linha de atendimento para os munícipes dando oportunidade aos jovens profissionais de saúde do concelho de se sentirem úteis ao serviço da sua comunidade e prestar apoio financeiro aos idosos que passam dificuldades.
Temos a certeza que os pensionistas mais desafogados agradecerão o carácter preventivo desta acção e apoiarão imediatamente a medida de destinar o dinheiro do município, neste momento difícil, aos que realmente mais precisam.
Se, como afirmámos, o mês de Agosto se caracterizou pela amenidade, os dois próximos meses serão intensamente cálidos. Com duas eleições à porta, os partidos políticos irão invadir-nos com muita festa, papelada, brindes, promessas, jantares, abraços, beijos, mal dizeres sobre os seus adversários… tudo aquilo a que nos fomos habituando nos últimos tempos. Os salários e o poder atraem todo tipo de pessoas à causa pública!
É bom que, nas suas campanhas, os partidos não se esqueçam da nossa saúde e não nos forcem a acções e gestos que, em último caso, nos conduzam à morte.
Todos sabemos que a campanha eleitoral autárquica é uma eleição desigual pois, quem exerce o poder, tem mais armas eleitorais para brandir que os seus adversários da oposição. A oposição não pode agendar e participar activamente nas cerimónias da responsabilidade do município. Daí que, nos meandros políticos locais, se tenha criado o adágio de que “as câmaras municipais não se ganham… perdem-se”.
Ora, a prática autárquica caminhense tem apostado em deixar para final de mandato meia dúzia de iniciativas e muitas promessas que depois não se irão concretizar (a ponte sobre o rio Minho, a elevação de Vila Praia de Âncora a cidade, a construção do Centro Paroquial de V. P. Âncora de que se mostrou maqueta há quatro anos atrás, a Academia de Música que há oito anos espera pelo edifício da antiga escola do Vilarinho…). A terminar coloca-se sempre um pouco de comida, canto, beijo e festa para fidelizar o voto dos diferentes segmentos eleitorais.
Um dos instrumentos a utilizar é o “passeio dos pensionistas” que, paulatinamente e no seu devido momento, se transformou num colosso organizacional em participação e custos financeiros atingindo milhares de euros. Também aqui não iremos discutir o assunto porque prejudicaríamos a mensagem que queremos passar. Aliás, o convívio é muito saudável desde que não seja só um dia no ano e se os políticos prezem por não estar presentes - a fim de discursar e politizar a festa - convertendo-a num comício. Mas isto exigiria uma maturidade democrática que, nós por cá, não temos.
A Gripe A está cá! Ainda não vimos nenhuma medida da Câmara Municipal que contribua para a informação com vista à prevenção deste vírus. Era bom que, como Molière escreveu, o nosso município e a sua responsável recordasse que “não só somos responsáveis pelo que fazemos, mas também pelo que não fazemos”. É essa coragem moral que marca a verticalidade dos indivíduos conscientes de que servir o outro implica ter de tomar, às vezes, medidas contra a sua vontade.
Que planos de contingência existem no nosso concelho? A câmara municipal de Caminha reuniu com que instituições? Escolas? Lares? Centros de Dia? Centro de Saúde? Bombeiros? E os funcionários municipais? Tiveram formação para se prevenirem? Foram colocados ao seu dispor instrumentos que facilitem o seu trabalho e os protejam do vírus? Os jardins de infância tutelados pela autarquia têm plano de contingência? E a Ludoteca?
Temos consciência que a preocupação com a agenda eleitoral, uma corrida contra o tempo em que se tem que prometer tudo e festejar tudo, se traduz num esquecimento de questões tão básicas como esta.
Sabemos que, dentro dos grupos de risco, estão os idosos e a realização de um passeio dos pensionistas na Quinta da Malafaia constitui um contributo para uma possível contaminação dos participantes. Meter toda a gente em autocarros, privilegiar o toque, o beijo, o abraço típicos da festa poderá colocar em perigo a vida de alguém.
A frase não é nossa mas aplica-se a este momento de teste à audácia política de Júlia Paula: “a coragem consiste em escolher o mal menor, por mais que ele possa ser”. (Stendhal) O que será “um mal menor” para a nossa presidente de câmara: 1) arriscar perder um evento útil de campanha como o “passeio dos pensionistas” e adiá-lo para um momento menos perigoso para a saúde dos munícipes mais velhos; 2) ou, por outro lado, colocar os seus interesses políticos à frente da saúde dos idosos? Não somos nós que teremos de tomar essa decisão e, como prometemos no início do artigo, propomos somente a reflexão sobre este tema tão actual e mais importante que tudo o resto pois, sem saúde, não atingimos a felicidade.
Pensamos que não seria descabida a ideia de a autarquia ter a coragem de não realizar o “passeio dos pensionistas” este ano e com os milhares de euros gastos em comida e autocarros ajudar os idosos que realmente estão fragilizados pela crise, financiando os seus medicamentos, criando uma linha de atendimento para os munícipes dando oportunidade aos jovens profissionais de saúde do concelho de se sentirem úteis ao serviço da sua comunidade e prestar apoio financeiro aos idosos que passam dificuldades.
Temos a certeza que os pensionistas mais desafogados agradecerão o carácter preventivo desta acção e apoiarão imediatamente a medida de destinar o dinheiro do município, neste momento difícil, aos que realmente mais precisam.
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