Na última semana fomos todos apanhados de surpresa com a decisão do Governo de, em nome da redução das despesas do Estado, fundir os dois agrupamentos escolares do concelho de Caminha. Esta decisão apressada, desajeitada e ilógica foi ainda tomada sem qualquer preocupação pelas boas práticas democráticas de ouvir os agentes educativos locais (direcção dos agrupamentos, associações de pais e encarregados de educação, associações de estudantes e as associações representativas dos profissionais da educação).
É claro que uma decisão apressada (diz o povo e com razão “depressa há pouco quem”) e ainda por cima tomada num gabinete da capital da nação (“longe da vista, longe do coração”) só pode ter como consequência a atrapalhação total dos decisores regionais quando toca a implementar tal ordem superior que os deixa divididos entre a lógica e o aparelhismo partidário. Entre aqueles que ousam chamar a atenção para o erro e aqueles que se disponibilizam para branquear o equívoco em nome da manutenção do seu lugar.
Quem decidiu esta postura para o concelho de Caminha esqueceu alguns aspectos importantes que obviamente tornam este município particular e objecto de um tratamento diferenciado. Aliás, os vereadores do Partido Socialista evidenciam-nos na moção que apresentaram na última reunião de câmara que manifestava e repudiava esta decisão levando o próprio PSD a associar-se a esta posição. Diz a moção que “considerando: a identidade e a autonomia dos Vales do Coura e do Âncora; que o reordenamento da rede escolar deverá ter em conta as especificidades, em termos educativos, do Agrupamento de Escolas Coura e Minho e do Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora; que ambos os Agrupamentos de Escolas são espaços públicos de qualidade e excelência a nível educativo; que o Agrupamento de Escolas Coura e Minho e o Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora foram classificados, no último ano lectivo, como os dois melhores Agrupamentos de Escolas do distrito de Viana do Castelo; que são dois Agrupamentos diferenciados e autónomos que concretizam o projecto educativo traçado na Carta Educativa; que a Carta Educativa em vigor, contempla a existência dos dois Agrupamentos de Escolas, Coura e Minho e do Vale do Âncora; que a reorganização da rede escolar terá de passar pela auscultação do Agrupamento de Escolas, da Associação de Pais e dos Encarregados de Educação, da Câmara Municipal e do Conselho Municipal de Educação. Os vereadores do PS manifestam o seu repúdio…”
Concordando com estes considerandos não deixamos também de atender a um outro aspecto importante e que é arrolado pela Associação de Pais e Encarregados de Educação do Vale do Âncora que, em carta à Direcção Regional da Educação do Norte pedem a “ suspensão imediata deste processo que é desastroso pois pelas nossas contas – que estaremos disponíveis para debater convosco – é mais dispendioso que o actual e de menor qualidade. Por isso, até porque são os nossos impostos que sustentam o sistema educativo português sentimo-nos no direito de ser recebidos por V. Exa. e discutir este assunto de forma detida, racional e com conhecimento da especificidade particular do concelho de Caminha.”
Eis que, estas duas instituições, evocam os aspectos essenciais da irracionalidade da fusão dos agrupamentos escolares do concelho. É claro que, para quem fizer bem as contas, as despesas directas e indirectas desta decisão aumentam as obrigações financeiras do Estado quer em investimento quer em funcionamento. Até porque ao poupar na educação vai gastar com toda a certeza nos subsídios de desemprego e nos apoios sociais a quem ficar desempregado. E digamos que o nosso concelho não está particularmente de saúde neste particular.
Se o Estado quer cortar gorduras deve, a nosso ver, pode começar pelos organismos que só dão despesa (em salários principescos e de staff’s bem pagos em edifícios históricos) para entreter o jogo político e contribuir para a nova “nobreza” da república recolhida sob o manto absolutista de Lisboa. É que os salários e reformas de alguns dos nossos compatriotas servidores da res publica suportavam uma educação melhor e com mais qualidade contribuindo inexoravelmente para a redução da despesa e o enriquecimento dos recursos humanos do país. Nos cem anos da República Portuguesa parece estarmos confrontados com a necessidade da sua refundação e, mais uma vez, contra Lisboa marchar, marchar…
É claro que uma decisão apressada (diz o povo e com razão “depressa há pouco quem”) e ainda por cima tomada num gabinete da capital da nação (“longe da vista, longe do coração”) só pode ter como consequência a atrapalhação total dos decisores regionais quando toca a implementar tal ordem superior que os deixa divididos entre a lógica e o aparelhismo partidário. Entre aqueles que ousam chamar a atenção para o erro e aqueles que se disponibilizam para branquear o equívoco em nome da manutenção do seu lugar.
Quem decidiu esta postura para o concelho de Caminha esqueceu alguns aspectos importantes que obviamente tornam este município particular e objecto de um tratamento diferenciado. Aliás, os vereadores do Partido Socialista evidenciam-nos na moção que apresentaram na última reunião de câmara que manifestava e repudiava esta decisão levando o próprio PSD a associar-se a esta posição. Diz a moção que “considerando: a identidade e a autonomia dos Vales do Coura e do Âncora; que o reordenamento da rede escolar deverá ter em conta as especificidades, em termos educativos, do Agrupamento de Escolas Coura e Minho e do Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora; que ambos os Agrupamentos de Escolas são espaços públicos de qualidade e excelência a nível educativo; que o Agrupamento de Escolas Coura e Minho e o Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora foram classificados, no último ano lectivo, como os dois melhores Agrupamentos de Escolas do distrito de Viana do Castelo; que são dois Agrupamentos diferenciados e autónomos que concretizam o projecto educativo traçado na Carta Educativa; que a Carta Educativa em vigor, contempla a existência dos dois Agrupamentos de Escolas, Coura e Minho e do Vale do Âncora; que a reorganização da rede escolar terá de passar pela auscultação do Agrupamento de Escolas, da Associação de Pais e dos Encarregados de Educação, da Câmara Municipal e do Conselho Municipal de Educação. Os vereadores do PS manifestam o seu repúdio…”
Concordando com estes considerandos não deixamos também de atender a um outro aspecto importante e que é arrolado pela Associação de Pais e Encarregados de Educação do Vale do Âncora que, em carta à Direcção Regional da Educação do Norte pedem a “ suspensão imediata deste processo que é desastroso pois pelas nossas contas – que estaremos disponíveis para debater convosco – é mais dispendioso que o actual e de menor qualidade. Por isso, até porque são os nossos impostos que sustentam o sistema educativo português sentimo-nos no direito de ser recebidos por V. Exa. e discutir este assunto de forma detida, racional e com conhecimento da especificidade particular do concelho de Caminha.”
Eis que, estas duas instituições, evocam os aspectos essenciais da irracionalidade da fusão dos agrupamentos escolares do concelho. É claro que, para quem fizer bem as contas, as despesas directas e indirectas desta decisão aumentam as obrigações financeiras do Estado quer em investimento quer em funcionamento. Até porque ao poupar na educação vai gastar com toda a certeza nos subsídios de desemprego e nos apoios sociais a quem ficar desempregado. E digamos que o nosso concelho não está particularmente de saúde neste particular.
Se o Estado quer cortar gorduras deve, a nosso ver, pode começar pelos organismos que só dão despesa (em salários principescos e de staff’s bem pagos em edifícios históricos) para entreter o jogo político e contribuir para a nova “nobreza” da república recolhida sob o manto absolutista de Lisboa. É que os salários e reformas de alguns dos nossos compatriotas servidores da res publica suportavam uma educação melhor e com mais qualidade contribuindo inexoravelmente para a redução da despesa e o enriquecimento dos recursos humanos do país. Nos cem anos da República Portuguesa parece estarmos confrontados com a necessidade da sua refundação e, mais uma vez, contra Lisboa marchar, marchar…