Translate

sábado, 17 de outubro de 2009

Obrigado, Senhor Armando!

Nestas eleições autárquicas, assistimos à saída de cena da política local de um dos servidores da coisa pública que sempre admirámos, o Sr. Armando Joaquim Pires, Presidente da Junta de Freguesia de Gondar.
Conhecemos o Sr. Armando há mais de duas décadas e queremos, no artigo de hoje, homenagear publicamente a sua pessoa e o trabalho que realizou ao longo dos seus mandatos à frente da Junta de Freguesia de Gondar que, sempre com muito orgulho, levou no seu discurso e na sua obra.
Ao longo dos anos, conhecemos o homem educado e aparentemente tímido que, pela sua simplicidade, conquistava o espírito daqueles que com ele privavam. A sua humildade nunca passou despercebida àqueles que, concordando ou não, disputaram ideias e projectos políticos. O seu respeito pela dignidade humana e as preocupações que sempre manifestou com as desigualdades e a exclusão social (principalmente dos idosos e das crianças) acabou por se traduzir num discurso jovial, de esperança e de desenvolvimento para a terra que sempre representou.
Como referimos, o Sr. Armando, é um homem de poucas palavras mas que domina a prosa como poucos porque nos fala directamente do seu ao nosso coração. Nunca precisou de esconder o que pensava pois o seu combate foi sempre a luta pelo desenvolvimento e o bem-estar daqueles que, ao longo dos anos, lhe deram a confiança da gestão da sua terra.
Homem sempre magnânime, soube escolher a altura de se retirar… teve a categoria e a iluminação – que muitos esquecem – de reconhecer que, em democracia, o poder não deve ser estático e personalizado. Assim, nestas eleições, decidiu que estava na hora de deixar a freguesia escolher um novo líder e retirar-se para um descanso bem merecido.
Deixou-nos o modelo do autarca deste século que acabou de começar porque foi um visionário, um lutador e um democrata. O político que conhecemos soube sempre respeitar e trabalhar em equipa com as oposições, tendo sempre defendido os seus colegas autarcas (fossem ou não da sua cor partidária).
A sua retirada exemplar completa a sua imagem humanista comprometendo o seu sucessor José Manuel Cunha. Lembramos aqui Montesquieu que afirmava que “é indispensável compensar a grandeza do poder pela brevidade da sua duração”. Outros presidentes de junta houve, nestas eleições, que não tiveram iluminação suficiente para saber sair com a dignidade que o desprendimento do poder nos dá. Como sempre foi, igual a si próprio, o Sr. Armando retirou-se calmo mas decidido… tal como nos habituou.
Neste artigo, manifestamos publicamente a nossa admiração e estima por este lutador incansável pela melhoria das condições de vida dos gondarenses e do vale do Âncora. A distância temporal conduzir-nos-á ao julgamento justo da história da nossa terra e do papel que um homem simples - mas determinado - teve no desenvolvimento da sua freguesia.
Obrigado, Sr. Armando!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Uma lufada de ar fresco.




O famoso sociólogo francês de finais do século XX, Pierre Bourdieu, escreveu um dia que “não há melhor maneira de conhecer uma pessoa que ouvir o que diz dos outros”. A frase é deveras feliz pois, quanto mais conhecemos a natureza humana, mais nos convencemos do realismo deste pensamento.
Chegou finalmente o grande momento para a escolha dos novos gestores do município de Caminha e, agora que a campanha começou, muito se vai ouvir sobre os candidatos à autarquia. Umas coisas serão ditas corajosamente na frente de centenas de apoiantes e outras serão covardemente lançadas sob a forma de boato. A isso fomos habituados ao longo dos últimos actos eleitorais.
O principal partido da oposição (e único em condições para proporcionar a alternância democrática), o Partido Socialista, aparece completamente renovado demonstrando uma juventude com capacidade de intervenção cívica e coragem política. Este partido conseguiu regenerar-se e preparar uma nova geração, nascida no concelho, imbuída de um espírito de equipa e com gente tecnicamente habilitada para assumir a gestão da coisa pública.
Júlia Paula e o PSD já mostraram aquilo que são e a sua incompetência: 1) como presidente da câmara, Júlia Paula, é incapaz de trabalhar com os seus colaboradores sem se zangar. Da equipa de 2001 só ela resta em lugar elegível. Os outros foram despedidos (Humberto Domingues, Bento Chão) ou arrumados (Irene Pacheco e Paulo Pereira); 2) revelou sempre uma enorme dificuldade em trabalhar com os que pensam diferente apelidando-os muitas vezes de falta de elevação. Onde já ouvimos isto? Ah, sim… à líder do PSD nacional que se julgava dona da verdade; 3) revelou sempre um enorme cinismo no relacionamento com os munícipes por não ser capaz de tratar os seus concidadãos de forma igual. Muitos foram perseguidos por discordarem das suas ideias e, por isso, incomodados pelos serviços municipais só para que fosse demonstrado que ela tinha poder para arranjar algum “rabo de palha” ou um “telhado de vidro” por aí; 4) foi Júlia Paula que aumentou o preço da água e agora vem falar em crise; 5) foi Júlia Paula que nos colocou uma taxa do lixo e agora nos vem falar de combater a pobreza; foi o PSD que deixou, nos últimos quatro anos que o nosso concelho perdesse meio milhar de habitantes e mais de mil nos últimos oito; foi com Júlia Paula que o concelho de Caminha conheceu mais desemprego e menos desenvolvimento; foi com Júlia Paula que os passeios mal feitos passaram a chamar-se eco-vias; foi com Júlia Paula que o caos urbanístico continuou com prédios a nascer em qualquer canto e esquina; foi com Júlia Paula que funcionários camarários foram incomodados; foi com Júlia Paula que os representantes das freguesias foram parar ao tribunal por se manifestarem; foi com Júlia Paula que o património do município foi delapidado como o caso da alienação da participação nas eólicas; foi também com ela que Vila Praia de Âncora nunca mais teve Bandeira Azul; isto para não falarmos do endividamento municipal!!! Muito haveria para dizer mas, neste artigo, preferimos falar de esperança.
Para nós a esperança está no futuro! Como dizia Pierre Corneille “sou novo é verdade mas, para os espíritos bem nascidos, o valor não fica à espera da soma dos anos vividos”. Porque pensamos como Corneille - e estamos cansados do pó da gestão laranja da nossa terra - queremos fazer parte da mudança, da esperança, da inovação e vamos apoiar o único partido capaz de fazer a diferença: o PS e a liderança de Jorge Miranda à Câmara Municipal e do nosso amigo Gaspar para a Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora.


Jorge Miranda, é um homem muito diferente de Júlia Paula pois não é pseudo-humilde e, contrariamente à presidente aquando da sua primeira eleição, sabe o que é o trabalho de vereador e está técnica e politicamente melhor formado para levar Caminha rumo à grande mudança: um concelho mais jovem e, por isso, com mais futuro. Um concelho que é capaz de olhar os idosos e o mais desfavorecidos com espírito solidário. Recordamos o seu “pacote social” que Júlia Paula vende, em revistas principescamente pagas à empresa “IF” de Braga, onde exibe anteprojectos, projectos e ajudas não regulamentadas. Mera demagogia que pretende confundir os mais distraídos que julgarão a ideia como sendo sua quando, na verdade, foram de Jorge Miranda. Aliás, Júlia Paula foi incapaz de ir tão longe quanto Jorge Miranda estava preparado para ir.


Relativamente à Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, apoiaremos um homem da nossa terra com provas dadas nos mais diversos movimentos cívicos sendo o mais evidente o seu conhecimento etnográfico e o seu trabalho em prol dos nossos idosos e crianças. Manuel Marques já está esvaziado… aliás esgotou-se em 2001 quando a Câmara de Caminha passou a fazer em Vila Praia de Âncora o que quis sem qualquer reivindicação da junta. Portanto, caro Gaspar, não te preocupes pois, pior é impossível fazer. Há oito anos que vivemos sem presidente da junta mas antes com uma espécie de “regedor” que se limita a dar a cara pela câmara e pela presidente deixando para trás os verdadeiros interesses da nossa terra: encher a zona industrial de Laboradas e criar emprego; trazer a bandeira azul; criar parques de estacionamento, melhorar as acessibilidades; criar espaços verdes dignos desse nome; exigir a construção de um novo quartel de bombeiros, recuperar o cineteatro de Vila Praia de Âncora; pugnar por manter a unidade de tratamento frente aos fregueses e as instituições da terra…
O Jorge Miranda e o Gaspar irão, com toda a certeza, ser atacados durante a campanha provavelmente através do rumor de duas coisas: serem muito novos e não terem experiência. Meus caros, deixem-nos dizer-vos uma coisa, os melhores presidentes do Alto-Minho foram eleitos com menos idade que vós (Daniel Campelo, Rui Solheiro; José Manuel Carpinteira). Estavam na casa dos vinte anos… vocês estão nos trinta! Em segundo lugar, neste momento, têm vocês mais experiência do que tinha Júlia Paula, Paulo Pereira ou Irene Pacheco (estes dois últimos até eram mais novos que vós quando assumiram funções na edilidade) quando chegaram ao município.
A maior motivação para votar em vós é a certeza de que sois filhos verdadeiros da nossa terra e que, por isso, sois incapazes de a destruir por desconhecimento da sua história e das suas tradições. É que com o PSD há quase vinte anos na Junta de Freguesia e oito de Júlia Paula já percebemos que “todos os homens são bons, mas não para todas as coisas” (Victor Hugo). Efectivamente a nossa terra precisa de gente mais competente e capaz do que aquela que nos tem governado. Desejamos-vos muita felicidade para este combate eleitoral e esperamos que os munícipes se “deixem guiar pela razão” e compreendam que não existe nenhum político no mundo que não tenha feito obra (até Salazar fez) o que distingue a qualidade dos políticos é a forma como exercem o poder.